sábado, 17 de dezembro de 2011

escritura automática v

aos membros volverá! translúcida primavera que invade, em uma noite sem mais, o negror de vossas penetráveis covas. ó doçura do repetir. que de doce há nisso, perguntariam. não saberiam que o doce se espalha quando os lábios titubeiam. e não é que o delicioso invade mesmo o que julgávamos todos ser digno de asco! ser digno... como se dignidade constasse como descrição de dois corpos sujos que se lambuzam em empedernido gemer. porque a sujeira, cabrón? lambuzam-se, sim, pois o lambuzar se entende melhor que o choque, e o lambuzar envolve os bastões do mundo com suas respectivas (ou plutôt nem tanto) entranhas na terra. cada bastão com seu buraco, o qual ele alarga ao bel-prazer. mas em que terreno de volúpia me encontro! volúpia que não se encontra, nem aqui, nesse pedaço de carne, nem ali, naquel'outro pedaço de carne, mas na confluência das duas organizações que deram pra se lambuzar. que tolo pensamento! depois das lúgubres elucubrações e inúteis tergivergires, deixo-te à toa, no esparramar dos lambuzeios. ao membro volverás, dizia o capitão do exército. pois que lugar mais gigante, do ponto de vista saborosamente geográfico, e acolhedor para se conter membros, que são as chancelas do campo de batalha! corre-se sangue e tripas ao mesmo tempo em que, na voragem dos choques entre espada e carne, corre também o esperma. lição dialetal: corrida, no Chile, é porra. além de ser também um evento onde muitos membros disparam em disputa daquele que tem maior passada. ou patada. por que não dizer metida? as pessoas se metem onde não são devidas, ou onde gostariam de dever para que pudessem ser cobradas violentamente (com o membro, indeed!) e então acabarem por pagar com juros, ou seja, três metidas a mais. mas creio, na menos voluptuosa de minhas crenças, que o meter não há-de ser autoproclamado, como uma expressão retropenetrante de um ato seguro de si. a questão premente cospe sua premência: meter pra quê, se meteremos sempre sem que nada aconteça? ah quantos termos pré-socráticos! prefiro meter em paz, claro que com uma ou mais de uma. sim, meus senhores, uma de cada vez, mesmo que juntas. mútuas no devorante e malévolo ir-e-vir do acontecido. vamos e voltamos. voltamos para de novo ir. vai-e-volta. volta-e-volta, pois não é o caso de ter ido pela primeira vez. prima volta. como o italiano é sexual! constatação nada penosa quando se está, como eu, a meter a tanto tempo. não em você, deus me livre, alá me castigue. livrar-se de um para cair no outro é como dar um passo no abismo: ele nunca se completa. daí a derivação metafísica do corpo que cai para o corpo que plana. planar é bom, mas para se lambuzar é indicado cair. e cair de boca, com os lábios arroxeados, e o membro presente (de preferência mole, pois quebra): ah! isso sim é bom. sobre isso valeria a pena escrever, com o membro na mão, escrever. que na situação em que nos encontramos, eu e o eu que não sou eu, seria mais conseqüente que não houvesse um borrão indefinível, embora pegajoso e identificável, no tempo (do meu grito), e no espaço (da tua pança). olha, o umbigo é agora uma poça de porra!

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