sábado, 17 de dezembro de 2011

escritura automática i

com força desusada ofende o pensamento, e imagens em vão penetram no interminável sopro do vigente escamoteio. ah queria eu, queriais vós, queríamos ele acontecer no que já ido se encontrou! meu amor, aconteça! il faut avaler le tout, mas se o todo porventura se transformasse em algo mais que tudo, ora com nuances de tempero, então se escaparia na massa do ínfimo a voragem dos desvalidos. com prazer eu assinalo a forma dos cabelos, (com prazer, irmã, con placer: mucho gusto! ¿que tal?). se eu pudesse, mas não posso, ou ainda poderia se poder não fosse mais que o além-inolvidável de uma troca de salivas. dalí, que não se viu, acompanhou todavia a vida de sua monotonia. triiiiim, manifesta-se o despertador: é hora de punhetar. pois o mundo gira, e uma bronha concentra a eternidade do efêmero. mas por favor, não se confundam, nem me odeiem, acabrunhados, (como foi com Sócrates), pois não sou eu quem diz, ou disse, ou nunca mais dirá, tais endiabruras. desaconselho a todos o porvir, onde a lua se apresenta bruta e precipita-se lenta, sufocante. mas que aberrante maquinário é o desconselho, que afoga no próprio fim a realização do que previa não querer ver. eia, que o sol pára! pára, parapluie, paramore, palama. oh que reflete a minha ojeriza aos pobres, que engasga ao lado de seu companheiro manifesto, trepidante e pendido. arrastão! Correi, dizei, acabrunhai-vos novamente. sei que não mereço. sei que desconheço (ou desvaireço!, mas como distinguir tais proezas que tão juntas se enternecem?). alivia-te, pois, meu senhor, que a prata cai mas se sustenta sob a frágil estrutura do que é orgânico mas voa. corujando, por aí, por ali, por acolá, acolamento certeiro; sem rumo. hoje, hoje mesmo, a essa hora da manhã rosa de Homero (dedirósea!), hoje a coruja de Hegel passa os dias a escutar, com fones de ouvido, alaridamente insuspeitável, passa os dias a escutar grunge, nada mais que grunge (às vezes, heavy metal), e ela responde: was?!, em sofrível raivosidade. madre, no haga questo! que perigo cair. perigamos todos, onde o magma da terra se exaspera, se corrói, amanheceu.

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